Na 6ª feira passada, quando se apuraram os resultados da votação efectuada na mesa de Lisboa e perante a vantagem de Didio Aguiar (28-24) fiquei convencido que a Lista A já tinha ganho.
Foi enorme a decepção quando foram anunciados os resultados finais, inesperados, porque em princípio os votos contabilizados na mesa de Coimbra, favoráveis à Lista A, seriam suficientes para que esta vencesse.
O que aconteceu para alguns eleitores terem mudado o seu voto? Foi o facto de Carlos Amado da Silva nunca ter desistido e ter ido a Coimbra pressionar os Delegados? Foi desleixo de Dídio de Aguiar? Foi a carta publicada pelo Direito? Provavelmente é um misto de tudo. O facto é que Carlos Amado da Silva ganhou e a partir de 6ª feira será o novo Presidente da FPR, pelo menos até 2011.
Pessoalmente, acho que foi tomada uma decisão que não é benéfica para o rugby português. Porquê? Por várias razões.
Primeiro, porque acho que muitos Delegados Eleitores votaram contra Dídio de Aguiar e não a favor de Carlos Amado da Silva, porque têm razões de queixa pela maneira como foram tratados ou ignorados pela FPR. A maior parte das queixas que existem são mesquinhas perante a dimensão da consequência, nalguns casos tratou-se pura e simplesmente de révanche.
Em segundo, porque muitos Delegados terão votado (tanto numa como noutra lista) porque lhes foi prometido qualquer coisa, venderam o voto a troco de algo que acharam mais importante do que os projectos apresentados.
Em terceiro, porque acho que o projecto da Lista A era, e é, muito superior ao apresentado pela Lista B e, porque a Direcção proposta era mais abrangente, experiente e com outra capacidade de diálogo.
Em quarto, porque acho injusto o juízo permanente na praça pública, contra Dídio de Aguiar. Parece que não fez nada bem, avaliem com seriedade e verão que o saldo positivo é enorme. Vamos tratar com dignidade quem, gratuitamente, durante tantos anos, trabalhou para que o rugby luso tenha alcançado feitos notáveis. Vamos ver agora o reverso da medalha, onde é que isto vai parar?
Por último, porque acho extemporânea esta subida ao poder de Carlos Amado da Silva, alcançada mais pelo aproveitamento de uma conjectura negativa do outro candidato de que por mérito do seu projecto. Não teve tempo de reunir uma equipa representativa do rugby nacional, excluindo os representantes de 3 dos actuais 4 "grandes".
Provocou uma cisão que pode ser complicada no futuro, para quê?
Para conquistar um mandato de 2 anos, correndo o risco de não ter tempo para implementar as suas ideias. Vai ter de lidar com uma oposição que lhe irá cobrar todos os deslizes. No imediato tem uma batata quente nas mãos, o inquérito contra si, na sequência da final do Campeonato Nacional, e que, o ainda Presidente do Conselho de Disciplina, inexplicavelmente, manteve em banho maria.
Termino manifestando o meu apreço e gratidão ao Presidente deposto, independentemente de o ter criticado várias vezes, e desejando ao Presidente eleito coragem para tomar as decisões certas em prol do rugby e que tenha capacidade de diálogo para pacificar o rugby.
Na 6ª feira, lá estarei na tomada de posse a desejar as maiores felicidades ao novo Presidente da FPR, Carlos Amado da Silva e aos membros da sua Direcção.
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