O fracasso do último Campeonato Nacional de Sevens, poucos torneios e poucas equipas participantes, obriga a uma reflexão sobre o futuro desta variante de rugby em Portugal. Tem havido alguma discussão nos blogues, na qual participei anónimamente (oops não devia ter dito!), mas vou aproveitar a visibilidade do blogue para tentar lançar uma discussão construtiva.
Com os resultados que temos obtido no circuito IRB e no Campeonato da Europa, muitos são os que sonham com a ida de Portugal aos Jogos Olimpicos, mas esse objectivo vai ser muito complicado de atingir.
A fórmula de apuramento para os JO é diferente da fórmula de apuramento para o Mundial e é-nos desfavorável, apuram-se directamente os 4 primeiros do ranking mundial (actualmente Samoa, Nova Zelândia, Austrália e Fiji), o Brasil está automaticamente apurado sobram 7 lugares, não sei como é que estão distribuidos os restantes lugares (agradeço desde já o contributo de quem tenha esta informação).
Na Europa, a Inglaterra é claramente superior a Portugal, batemo-nos com Gales, Escócia, Espanha e Rússia, temos de contar também com a Irlanda, França, Itália, Roménia e Geórgia e no investimento sério que todos estes países vão fazer nos Sevens.
Portanto, não vai ser nada fácil, antes pelo contrário muito dificil mas não impossível, depende do trabalho que se faça nos próximos tempos, aguardemos que a FPR esclareça qual vai ser a estratégia para conseguirmos chegar aos JO.
Independentemente do apuramento ou não para os JO considero os Sevens o melhor meio para promover o rugby em Portugal (dinâmico, com muitos ensaios, jogos curtos e é mais facil de perceber as regras).
Os Sevens, depois dos magnificos Lisboa Sevens, têm sido desprezados em Portugal, é um facto, não interessa procurar culpados mas tentar inverter esta situação, aqui deixo algumas idéias para tentar dinamizar os Sevens:
- organizar torneios escolares, continuando o trabalho desenvolvido pelas associações regionais;
- organizar torneios de sevens, nos fins de semana em que há jogos da selecção;
- a FPR organizar um CN no qual seja obrigatório todas as equipas federadas participarem, com 1ª fase regional e fase final nacional;
- organizar um circuito nacional para equipas patrocinadas, cada torneio teria o nome de um dos patrocinadores;
- organizar um dos torneios do Campeonato da Europa FIRA (temos que ser ambiciosos);
- organizar um dos torneios IRB (sonhar ainda não paga impostos).
7 comentários:
Parabéns pela iniciativa!Apenas uma nota para esclarecer que nos JO, Inglaterra, Escócia e País de Gales formam uma única equipa, o que "tira" duas equipas da corrida.
Quanto à forma de escolha das equipas para os JO, apenas se sabe que terá "uma base regional".
E, finalmente, se fizermos o trabalho de casa, temos sim, muitas possibilidades de estar no Rio em 2016.
Mas primeiro temos o Mundial de 2013, e uma boa classificação pode dar-nos o acesso direto.
Por agora temos o Europeu no próximo mês, e uma oposição muito forte e a trabalhar para o futuro.
Fico contente por ver mais pessoas interessadas nesta discussão. Efectivamente, uma vez que nos JO, o Reino Unido só tem direito a uma representação, a nossa qualificação poderá não ser missão impossível.
Basta ver que os adversários restantes a nível europeu têm todos (sem excepção) sido derrotados por Portugal. Mas é preciso manter os pés assentes na terra...
Agora é preciso trabalhar a sério e investir para que os nossos Sevens não fiquem para trás.
Gosto das ideias avançadas e acho que merecem uma reflexão por parte de quem responsável. Incluindo os clubes...
façam o lisboa sevens, façam um torneio no estadio nacional com todas as equipas ja quem noutros locais nao teve resultado!! aproveitem agora que a seleçao nao tem compromissos durante um mes! façam torneios de sevens, treinem contra a seleçao, sei la!! so subindo o nivel podemos ser competitivos. infelizmente vi muitas equipas a este ano a jogar sevens como se fosse quinze
Os Sevens desde à muito que foram a rampa de lançamento de Portugal a nivel Internacional. "A Nossa montra", o 15 no Mundial foi de facto um feito.
Teremos que ser realistas e constatar que o 15 poderá ter sido perfeitamente um caso raro nos próximos 20 ou 30 Anos. Não temos cultura, não temos competitividade,não temos número de jogadores, não temos politicas de interesse Nacional. somente a Clubite e o que compensa ou não participar.
Os sevens pelo reduzido numero de jogadores, possibilita uma mobilização mais fácil de um grupo de trabalho realmente interessado em trabalhar por objectivo Olimpico e Mundial.
O sonho Olimpico vai alterar definitivamente como os Sevens são olhados. É notório o Investimento Espanhol em uma Academia de Sevens, trabalhando especificamente a vertente de 7.
Não é de estranhar que alguns clubes Nacionais tenham desde à uns anos procurado torneios fora do nosso País, não só pela competição mas também pelo factor Diversão que estes proporcionam."Programa" que esteve sempre ligado à vertente e caíu em desuso pelo Pseudo profissionalismo que se instalou em Portugal.
Promoção destes torneios, para o desnvolvimento desta variante e utiliza-los em promoção do RUGBY em Portugal parece-me uma boa Politica.
A Competição aliada à diversão onde todos se exibem em sã camaradagem ao contrário do que se tem passado no Quinze no nosso Campeonato possibilitará uma credebilização do Rugby e aumento da competitividade nos Sevens.
Por incrivel que pareça PORTUGAL continua a ser relacionado com a variante de SETE sem se jogar ou haver competição interna que justifique tal competitividade.
Pode deixar-nos a sonhar o que poderia-mos fazer se as houvesse.
O futuro dos sevens em Portugal passa por saber que futuro para o rugby XV em Portugal.
Sol na eira e chuva no nabal tem sido a estrategia nos ultimos anos.
A prioridade deve ser o XV.
Mas só o facto de ainda não haver novo seleccionador senior para o XV revela um vazio não inocente, no minimo preocupante.
A bem de quem ?Dos sevens?
Clareza e frontalidade sff.
Concordo que a prioridade deve ser o rugby de XV, mas isso não impede que haja um plano de desenvolvimento dos Sevens, que como instrumento de divulgação e implementação do rugby em Portugal, tem muito mais força que o rugby de XV e é mais fácil de levar a todo o lado.
Os putos que nunca jogaram, se virem um jogo de XV provavelmente ficam intimidados em praticar a modalidade, mas se virem Sevens entusiasmam-se facilmente.
Implementar algumas das sugestões apresentadas não é dificil e mantém muitos jogadores em actividade, que estarão parados quando a selecção nacional e as selecções regionais jogarem (ver calendário para o próximo ano no site da FPR).
Deixar tudo como está significa que o rugby (XV e Sevens) vão continuar a ser uma modalidade praticada, mais ou menos a sério, por umas poucas centenas de jogadores (DH e alguns clubes da 1ª Divisão, com o devido respeito por todos os praticantes), vai ser mais do mesmo, isto é, não passamos da cepa torta.
Mais um excelente fórum, parabéns Miguel.
Estive como sabe a dar uma pequena ajuda na etapa de 7's realizada na Tapada, e infelizmente o cenário por parte de daqueles para o qual o espectáculo é criado foi desolador, com uma total ausência de espectadores, numa prova com tanta responsabilidade.
Razões? De certeza não existe apenas uma. Apenas poderei apresentar um punhado que na minha opinião terá levado a este resultado.
1- Como de habitual na nossa modalidade a falta de publicidade aos eventos será uma delas com o continuo afastamento dos meios de comunicação.
2- O facto de os clubes não levarem muito a sério esta competição, com alguns clubes deliberadamente a não participarem. Um facto parece ser consensual a todos os interessados pela modalidade e o seu crescimento é; um clube que participe nas duas mais importantes divisões, deve ser obrigado a participar também nesta variante.
3- Sem dúvida que este período após o fim do campeonato e taça, bem como da maioria das competições Femininas e dos mais novos, leva ao afastamento do público uma vez que no senso comum já estamos na “off season”.
4- Como bons Portugueses quando o calor aperta, e os fins de semana dos santos estão no horizonte, a nossa cabeça fixa na praia e nas férias, ninguém está para vir assistir à torreira do sol durante uma série de horas a uma prova “menor”, mesmo sendo agora Olímpica.
5- Deveria ser feita uma sondagem ao público que assiste aos jogos de Rugby em Portugal com perguntas deste género: É jogador? Já foi jogador? É pai de jogador? É apenas um amante da modalidade sem laços de 1º ou 2º grau com atletas. Desta forma a FPR poderia ter uma ideia real do típico espectador, para depois poder saber onde investir na divulgação e organização das competições.
A ideia apresentada pelo organizador deste Blog sobre a criação de um campeonato a nível das secundárias, parece de facto uma excelente ideia, a meu ver e já falei sobre o assunto no meu Blog, devíamos aproveitar todas as escolas que neste momento já estão equipadas com campo sintético, para podermos desenvolver um campeonato escolar, aproveitando o fantástico projecto do Nestum Rugby para puxar alguns dos “Taggers” para um jogo de 7 ou 8 jogadores que disputariam um torneio Inter-escolas do género do Nestum Rugby.
Com tantos buracos competitivos durante o nosso campeonato de certeza que dá para fazer estas provas durante o Inverno com uma prova final perto da final do XV ou Taça XV.
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