quarta-feira, julho 14, 2010

Tiro no Pé?


Segunda feira, realizou-se na FPR o sorteio para os Campeonatos da Divisão de Honra e da 1ª Divisão impostos pela Direcção da FPR aos clubes.

No passado dia 1 de Julho, realizou-se uma reunião entre a Direcção da FPR e os clubes, na qual o Presidente da FPR apresentou a sua proposta afirmando que aquela era a que entendia ser a melhor para o rugby português, mas que não iria contra a vontade da maioria inequívoca dos clubes. Estiveram presentes todos os clubes da DH, o Évora, o Cascais e o Vitória.

Da reunião saimos todos convencidos que o calendário aprovado era a 2ª hipótese (parecido com o deste ano) que não previa o seu inicio em Setembro e término em Janeiro.

6ª feira passada fomos confrontados com uma carta do Presidente da FPR a dar o dito por não dito, porque afinal verificou que a maioria não era tão maioria assim, 6 clubes contra a proposta da Direcção que era mais ou menos apoiada por 5 clubes (Académica, Vitória e Cascais também manifestaram a sua apreensão por o campeonato começar tão cedo, na 1ª proposta a meio de Setembro), o que é certo é que a maioria inequívoca dos clubes da DH estiveram contra a proposta, Belenenses, Direito, CDUL, Técnico e CRAV, apoiaram inequívocamente a proposta da FPR a Agronomia e Benfica.

No sorteio do calendário, na presença do Presidente da FPR, foi reafirmada a insatisfação dos referidos clubes perante todos estes mal entendidos, tendo por vezes a discussão ultrapassado os limites da urbanidade que se exige neste tipo de reuniões.

Relativamente à posição da Direcção da FPR, há que ter em conta que o calendário imposto era o que constava do seu programa eleitoral e que segundo os novos estatutos o Presidente não precisa do acordo dos clubes para decidir nestas matérias.

Relativamente à posição dos clubes que são contra esta proposta, as suas principais razões são as seguintes:

Não se entende para que foi a reunião do passado dia 1 de Junho, se como foi afirmado esta proposta constava do programa eleitoral do actual Presidente, acabou por só servir para acicatar os ânimos, por ter ficado subentendido que estava aprovada a segunda proposta, apresentada pelo presidente da FPR, com ligeiras alterações e posteriormente ter voltado à proposta inicial.

Na próxima época, segundo o Presidente da Direcção da FPR, Carlos Amado da Silva, o modelo competitivo vai mudar para uma fórmula 6 + 6, o que implica que este ano descem 3 clubes.

Este pormenor de descerem 3 clubes faz toda a diferença na postura dos clubes relativamente a jogarem quando tiverem jogadores nas selecções, e isso vai acontecer por 5 vezes. Em Novembro 3 jogos de preparação, enquanto decorrem as jornadas 8, 9 e 10, e em Dezembro 2 torneios IRB Sevens que coincidem com as jornadas 11 e 12. Se se pretende verdade desportiva com a proposta de o campeonato se jogar todo de seguida, então todos os clubes também devem ter todos os seus jogadores disponíveis para disputar o mesmo.

Com o campeonato a ser disputado em 4 meses, vamos ver alguns clubes a fazerem contratações de estrangeiros a granel para colmatarem a inexistência de escolas, veja-se o exemplo do Benfica, que já anunciou a contratação de Conrad Stickling e Michael Lubbe e tem sido acusado por outros clubes de andar a assediar jogadores à revelia das suas Direcções.

Começar em Setembro, mesmo que seja na última semana, implica que os treinos comecem a meio de Agosto, o que para a realidade do perfil dos jogadores nacionais é uma violência, tornando muito dificil os clubes conseguirem reunir os planteis nesta altura.

O campeonato nacional é a competição com maior visibilidade, é a única que atrai público e consequentemente patrocínios, acabar em Janeiro, em pleno inverno, correndo o risco de a final se disputar num dia de temporal, com chuva, vento e frio e ter meia dúzia de pessoas a assistir à festa do rugby é o equivalente a dar um tiro no pé, sem visibilidade ficam em risco os poucos patrocínios que os clubes ainda vão conseguindo arranjar.

Dá-se grande ênfase ao facto de a Taça de Portugal se jogar sem interrupções, quando é uma competição que normalmente serve para gerir o calendário, não faz sentido nenhum jogar tudo seguido, uma equipa que seja logo eliminada vai ficar várias semanas parada. Idêntica situação para os clubes que não sejam apurados para a Final Four, param a 9 de Janeiro, só recomeçando a 19 de Fevereiro, com a Taça Patrocinador. Portanto 5 semanas sem competição. Depois se tiverem o azar de serem eliminados nos 1/8 finais da TP (26 de Março) acaba-se a época para muitos jogadores.

Dia 26 de Março vai ser o último dia de competições para, 90% dos primeiras linhas, 50% dos plantéis entram de férias, recomeçando os treinos em Agosto... Actualmente já é dificil segurar muitos atletas até ao final das épocas, com esta proposta a situação vai ser muito mais complicada.

Uma das razões apontadas para justificar começar mais cedo e conseguir meter o campeonato todo antes do interregno para os compromissos internacionais, é que lá fora os campeonatos também começam nesta altura, esquecem-se é que lá fora são profissionais, lá fora o campeonato não acaba em Janeiro e lá fora os campeonatos prolongam-se até Maio/Junho.

Termino com as palavras proferidas pelo Presidente da FPR quando apresentou, contrariado, a segunda opção de calendário na reunião de 1 de Julho, "os senhores fazem as asneiras que quiserem..."

32 comentários:

Anónimo disse...

o Sr.Presidente da FPR no fim da reunião"faz-de-conta", pois nela ficou anunciada uma coisa e afinal, aquando "sózinho" (ou quem o apoiou) decidiu outra - não é que não o possa fazer, mas fazer dos clubes palhaços é que não é bonito ... ...calculo, se estivesse deste lado, como seria o "Cantinho" - falou que os clubes estavam a fazer disparates e que assim o CN iria ser semelhante à época anterior.Depois nao se queixassem...
Apesar de inequivocamente o Belenenses, o Direito, o CDUL, o CRAV, o Salvador (de Agronomia), o Tecnico,a Academica(só apoiaria se começasse 2 a 3 semanas mais tarde, o que não acontece)e o Evora(afirmarem perentoriamente que essa tinha sido a conclusão a que lá se chegou, o Sr.Presidente da FPR, a todos desmentiu, a todos acusou de estarem a faltar à verdade.
Acham isto natural? Eu não, e sem fingimento e com toda a sinceridade, esta atitude surpreendeu-me ; acreditei na reunião que o Sr.Presidente estava a ser sincero e daí a minha enorme surpresa e indignação. Estariam Belem, GDD, CDUL, Tecnico, AAC, CRAV, CRE ... ...num complôt contra o Presidente, ao ponto de estarem todos a mentirem ??? Acha mesmo Sr.Presidente ? Olhe que não ... ....

JMCaupers

Luis disse...

Miguel,

O rugby em Portugal neste momento é um não-projecto.

Vivemos uma época em que, no Governo tal como na Federação, se confunde aventureirismo com dinâmica, prepotência com competência e liderança com tirania.

Ao ler o teu post fico a pensar o que foi que nós todos fizemos para merecermos isto...

Abraço,
LV

Antonio aguilar disse...

E qual vai ser a reacção
dos patrocinadores? Uma das formas de aliviar os cinco jogos dos principais clubes sem os seus internacionais era a DH ter três voltas; outra, mantendo as duas voltas, seria as equipas que jogassem sem internacionais recolherem mais pontos por cada vitória - sistema que já funcionou em Inglaterra (é só o sr. Pedro Ribeiro perguntar como era aos seus amigos da RFU)não me falhe a memória. A verdade dura e pura é que por detrás desta decisão estão objectivos eleitorais muito claros ou melhor retribuiçaõ de votos! Ressalvo aqui a posição tomada pelo C.R.Técnico que mau grado a sua opção eleitoral teve a visão de se demarcar do novo calendário.

Abraço

António Aguilar

Anónimo disse...

Boa tarde, queria apenas dizer que é com muito desgosto que vejo que pessoas com responsabilidades cada um no seu clube e que tiveram na reunião, que venham para aqui atacar o presidente, ora não tiveram oportunidade disso na reunião? para que incendiar as coisas?que vai mudar? Acho que não está correto tanto o JM Caupers como o Antonio Aguilar andarem aqui a atacar o presidente, já o miguel, tem este seu espetacular blog, logo escreve o que quiser e apenas teve a intenção de ser informativo.
Não é destas guerrinhas que o rugby precisa, vamos lá dar o exemplo em vez de transormar este espetacular blog, num zé do melão.
Concordando ou não o presdinte não deverá querer o mal para o rugby portugues, logo não é com guerras que vamos andar para a frente, está decidido, vamos mas é trabalhar para trer uma grande época de rugby.
Grande abraço Miguel e parabéns pelo blog.

Nuno Almeida

miguel rodrigues disse...

Peço desculpa a um anónimo do Benfica por ter apagado o seu comentário sem o querer fazer, no qual afirmava que o CDUL no ano passado tinha ido buscar mais 2 estrangeiros para tentar ganhar o campeonato e pedia para que eu deixasse o Benfica em paz.

Não comento não tenho nada contra o Benfica, clube do qual aliás sou sócio nº 5788.

Anónimo disse...

Já agora aproveito para dizer que isso do Stickling e do Lubbe é boato. Lá que eles se vieram oferecer, vieram, mas o Benfica não tem dinheiro para essas loucuras, contrariamente ao que se possa pensar. O rugby do Benfica vive exclusivamente do dinheiro que consegue angariar junto dos patrocinadores e não tem nem um cêntimo da SAD.
Em compensação, paga atempadamente as suas contas a todos com quem assume compromissos, e não está a ser processado pelo IDP por dívidas avultadas, como o Belenenses por exemplo (que já agora, o ano passado tinha mais estrangeiros que o Benfica....

Um Benfiquista informado

Diógenes disse...

Porque será que tudo neste país , mas mesmo tudo,até nas coisas mais simples, é alvo de discordância, de azedume, de vontade de mandar abaixo o outro, porque raio será? O país, não há dúvida, tem mesmo de se deitar no sofá do psiquiatra o mais breve possível. Não há hipótese...

miguel rodrigues disse...

A contratação dos referidos jogadores foi noticiada no jornal A Bola e nunca foi desmentida por ninguém do Benfica e nalgumas discussões, nas reuniões com a FPR, foram um bocado criticados e mais uma vez imperou o silêncio.

Fica registado o seu comentário vamos ver.

miguel rodrigues disse...

Caro Diógenes,

Felizmente ainda vivemos numa democracia, se calhar quem tem de ir ao psiquiatra és tu.

Anónimo disse...

Não se deve confundir discordar com atacar ... ...discordar é o que o actual presidente fazia periodicamente no seu cantinho quando estava do lado de cá. Sempre achei que o fazia com todo o direito, até porque acredito que da discussão nasce a luz, mas o que já não posso aceitar é que se afirme o que não aconteceu, é que se tente desmentir o indesmentivel. Acha o Nuno Almeida que não nos devemos pronunciar ? Porquê? Não pretendo fazer guerra ; só o desconhecimento de como a reunião de 2ª feira/sorteio se passou lhe permite afirmar isso.
Para mim este Presidente ganhou logo é o presidente de todos os clubes.Isso não quer dizer é que os clubes fiquem com uma mordaça a assistir ao que consideram inacetável e a afirmações que não correspondem à verdade e não as traga a publico.Seria errado se não o tivesse feito 1º no devido local.Fi-lo de forma bem clara.Logo, porque se hão-de esconder estas situações, Nuno Almeida? Quem ganha em não haver discussão, debate sobre factos estranhos do nosso rugby ? O rugby português não é de certeza!
A questão é que na reunião demonstrámos a nossa discordancia e ela até foi aceite pois era a grande maioria dos clubes presentes ; só que numa 2ª fase o presidente mudou tudo.
Isto é atacar ? Não, isto é expor situações e emitir a minha opinião, sem ofender ninguem.Desculpe-me a franqueza, mas parece-me de mau gosto comparar os comentários a este post com o "zé do melão".
Cumprimentos,
JMCaupers

Anónimo disse...

Carissimo JM Caupers,

houve reunião, para serem ouvidos os clubes, não para decidirem, isso sim foi o que prometeu o presidente, ouvir os clubes~e foi o que fez. Tal como metade dos clubes não estavam de acordo, a outra metade estava, logo em caso de igualdade o presidente fez o que tinha a fazer, manteve.
O presidente ouvio-vos, coisa rar no nosso rugby, agora por não fazer o que alguns clubes queriam não se pode logo criticar, ainda por cima pessoas com responsabilidade no rugby como o JM Caupers e o António Aguilar, que em sede própria tiveram hipotese de discutir e o fizeram.
Repito o Miguel fez o seu trabalho publicou no seu blog um artigo seu, agora vcs os 2 devido as vossas posições acho de muito mau gosto virem para aqui criticar desta forma.
Segundo o que entendi foi que o presidente marcou uma reunião para os ouvir, não para decidirem. Não é a mesma coisa. uma coisa elogio o cabé, tem as suas ideias e ta lá para fazer o melhor e o que prometeu, doua a quem doer, não é por votarem nele que ele vai fazer as vontades e acho que assim é que tem de ser senão seriam todos presidentes.

Saudações a todos

Nuno Almeida

Anónimo disse...

Miguel em muita coisa concordo com o seu comentário mas, há um reparo que tem de ser feito. Efectivamente o Benfica tempassado um mau bocado no que toca a escolas não conseguindo ter todos os anos equipas nos vários escalões mas,a época passada só nao teve equipa de sub21 por culpa da direcção de resto teve em todos os escaloes e mais...nos últimos 3 anos subiram à equipa principal entre 10 a 15 atletas da formação.
Sei que há estrangeiros ninguem diz o contrário mas nem so de estrageiros vive o Benfica....

Cumprimentos

miguel rodrigues disse...

Dou muito valor a todos os que de alguma forma investem o seu tempo a ajudar os clubes, por vezes consegue-se formar bons grupos e desenvolvem-se projectos muito interessantes, outras vezes tal não é possível e os clubes passam por tempos dificeis.

O Benfica tem gente muito dedicada, e tal como disse, sem grandes equipas na formação está a conseguir formar atletas para os seniores, alguns de muito boa qualidade p.e. João Mestre, Urryel Torres, Filipe Pereira (veio do Belas mas "apareceu" no Benfica), João Ventosa e outros que desconheço porque não estou por dentro da realidade do SLB, por isso e por terem conseguido aguentar-se na DH têm muito mérito.

Ao contrário de outros não critico a FPR por ter alterado os Regulamentos e retirado a imposição de os clubes da DH terem de ter equipas em todos os escalões, é um principio pedagógico para um crescimento sustentado mas temos de ser razoáveis e adaptar-nos à realidade nacional.

Já no que diz respeito à desconfiança de muitos relativamente a todo este processo, sejamos claros e directos, um campeonato curto (4 meses), com 5 jogos de selecção pelo meio a desfalcar bastante algumas equipas e o facto de este ano descerem 3 equipas, são dados mais que suficientes para criar um clima de suspeição.

Ontem, o blog Mão de Mestre deitou mais uma acha para a fogueira, o Presidente da FPR sempre disse que queria cumprir o que tinha prometido no seu programa eleitoral, daí a sua intransigência relativamente a fazer o campeonato todo de seguida, mas segundo o Mão de Mestre também está no seu programa que os campeonatos da DH e 1ª Divisão deviam manter-se com 8 clubes.

Às vezes temos de decidir, e não passar cavaco a outros, esse é um direito que assiste à actual Direcção, mas quando decidimos ouvir todos cria-se a expectativa de que estamos dispostos a encontrar uma solução de consenso.. O que se passou foi uma confusão perfeitamente dispensável.

Manuel Cabral disse...

Caro Miguel,
Creio que essa é a verdadeira questão: consultar as pessoas só para dizer que se consultou é verdadeira demagogia.
Como você diz, se os clubes ou as pessoas em geral são consultadas ficam com a impressão que fazem parte de um processo, mas se depois verificam que a consulta foi apenas um pro forma, é natural que nasça uma sensação de "traição".
O mais importante desta questão não é "o que se decide" (sem retirar importância às decisões tomadas!) é o "como se decide".
Manuel Cabral

Anónimo disse...

foi pena não termos lido este post ontem antes da reuinião que tivemos com o presidente e o tomas, as propostas de ontem são assustadoras e de uma desonestidade aflitivas, estamos a preparar-nos para por o 15 de lado e dedicarmo nos aos 7s , querem que os jogadores passem a devolver dinheiro quando perderem jogos e a coisa nao vai funcionar por cotas mas anda lá perto, foi uma falta de respeito para os jogadores que tanto têm dado ao rugby. didio volta que estás perdooado.

miguel rodrigues disse...

Agradeço que não sejam feitos comentários do tipo "Dídio volta estás perdoado" para tentarmos manter o nível da discussão em termos civilizados.

Abraço

Manuel Cabral disse...

Alguém pode dar esclarecimentos àcerca da reunião referida pelo anónimo das 3:46 PM, Julho 16, 2010?

Anónimo disse...

A discussão em torno do post do Miguel parece-me interessante e válida. E, até ao momento, na sua generalidade, está a ser feita de forma positiva e com respeito. Antes de mais, parece-me que devemos afastar qualquer cenário de complots ou segundas intenções por parte da actual Direcção. Concorde-se ou discorde-se com as medidas tomadas, não tenho qualquer dúvida que o Sr. Engenheiro Amado da Silva toma as decisões na firme convicção que está a fazer o melhor para o rugby português. Embora ele seja um apaixonado pela Agronomia (nunca o escondeu), acima de tudo, o Sr. Engenheiro gosta de fazer as coisas bem e orgulhar-se do seu trabalho. Por isso, nas suas funções actuais, tenho a certeza que não tomará medidas para proteger B ou C, muito menos o seu Clube, como alguns têm lançado algumas farpas e insinuações. Tomará as medidas que, na sua convicção, poderão ajudar a desenvolver o rugby português. A medida tomada em relação à calendarização do Campeonato nacional parece-me, em termos gerais, acertada. Prolongar-se um campeonato por 8 meses, estando parado quase 4 meses, era uma mentira que estávamos a cometer. E, desportivamente falando, para os próprios jogadores, a verdade é que nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, os treinos eram um verdadeiro tormento, onde a média de jogadores por treino não devia superar os 10 atletas. Para treinadores era frustrante treinar durante este período. Para os Clubes, representava gastos a todos os níveis ( nomeadamente estrangeiros), completamente desnecessários. Para patrocinadores, para aqueles que defendem que um Campeonato curto não os atrai, a minha pergunta é: será que patrocinar um campeonato que estava objectivamente parado por mais de 3 meses era a solução? Creio que quando se coloca a questão dos patrocinadores está-se a levantar um problema demagogo, até porque, no rugby, mais do que a competição, os patrocinadores procuram associar-se à imagem que, ainda, perdura no Rugby. O Rugby escola de vida. Posto isto, há duas questões/desafios que se colocam à FPR. A primeira é criar uma época atractiva a seguir ao fim do Campeonato. Torneios regionais, Campeonatos sub21, torneios de 7´s, etc. poderão ser a solução. Tudo dependerá da capacidade desta Direcção em sensibilizar Clubes, Treinadores e Jogadores. Mas acredito que é possível. Outro desafio, para mim tão ou mais importante, é a FPR ter a capacidade de evitar que este novo modelo se torne uma mentira desportiva e, aos poucos, vá aniquilando a formação dos Clubes e, acima de tudo, vá aniquilando a possibilidade de jovens portugueses se afirmarem no panorama nacional. Em detrimento de estrangeiros de qualidade técnica nem sempre superior e de uma qualidade ética e moral muito duvidosa. A FPR tem de ter o cuidado de não promover e permitir que o rugby senior se encha de mercenários que se limitam a sugar o dinheiro aos Clubes e que, depois de uma ou duas épocas, abandonam-nos sem nunca mais contribuírem, seja com o que for, para a história e desenvolvimento do Clube. E, além deste gravíssimo problema, a FPR terá que ter o cuidado necessário para que os nossos dirigentes não caiam na tentação fácil de "ganharem a todo o custo", formando super equipas pseudo-profissionais que, para além da expectativa de poderem ganhar um ou outro campeonato, nada mais de positivo trarão ao rugby nacional. Os exemplos do passado são prova de que, "ganhar a todo o custo", não serve de anda. Lembro, por exemplo, a excelente equipa do técnico que ganhou o Campeonato em 97/98, composta na sua maioria por jogadores profissionais (embora muitos nacionais), que, depois dessa vitória, afundou-se num vazio de vitórias que já dura há mais de 11 anos... Apesar das excelentes estruturas que tem ( continua)

Anónimo disse...

Mas este problema, sendo um que a FPR deverá estar atente (nestes sentido defendo uma clara regulamentação acerca dos estrangeiros a actuar em Portugal - não faz sentido uma equipa ter mais de 3 jogadores não formados no rugby Nacional e que, caso aconteça, será, em breve prazo, prejudicial para a nossa Selecção, Imagem primordial do nosso rugby) será um problema de consciência dos dirigentes dos Clubes. O que eles fizerem e decidirem, mesmo que ganhem campeonatos, se não o fizerem de uma forma desportivamente justa, serão sempre desrespeitados pelos demais. Será, ainda, importante definir a questão da Justiça de, durante 3 ou quatro jogos, várias equipas não poderem estar no seu melhor, na medida em que muitos dos seus atletas estão ao serviço da selecção. Mais uma vez, nestes caso, deverá permanecer o fair-play entre Clubes e dirigentes e garantir-se que um Clube que, por dar mais jogadores à Selecção e, com isso, ser muito importante no desenvolvimento no rugby nacional, possa ser sistematicamente prejudicado na Competição interna. Mas mesmo este problema, se os Clubes trabalharem positivamente nesse sentido, pode ser uma situação em que permitirá jovens jogadores do Clube afirmarem-se na equipa sénior. E, neste caso, o que poderia ser um problema, torna-se numa solução. Termino com uma mensagem positiva. A decisão do campeonato está tomada(co. Compete aos Clubes saberem adaptar-se à mesma e adoptá-la dentro do espírito do Rugby. Sem politicas e sem jogos de bastidores. Trabalhem nos vossos Clubes, com os recurso que têm. Tenham como objectivo primordial a formação de Homens bons para a vida. Mais do que vitórias desportivas, formar homens é o objectivo e dever dos Clubes. Estou à vontade para o dizer pois, apesar de contar com muitas vitórias desportivas, andei muitos anos a perder e, muitas vezes, por muitos. Não fui nem era pior Homem nesses tempos e só me ajudaram a crescer. E mesmo depois de ganhar, sei o que foi ficar fora da final four (porque preferimos jogar com Juniores e homens da casa do que contratar ao desbarato)... Mas esta decisão tornou-nos, uma vez mais, melhor equipa e ganhámos os 2 Campeonatos seguintes. A maior vitória no desporto é sabermos que deixámos tudo em campo... Ganharmos porque os nossos dirigentes foram ratos e competentes e conseguiram contratar a, b ou c.... nada nos fará crescer. Os exemplos do passado têm-me dado razão.... estou certo que o futuro será igual. Sejam positivos, menos intriguista e problemáticos e procurem soluções face às decisões que estão tomadas.... Miguel Portela

Anónimo disse...

Caro Sr. Nuno Almeida,

"agora vcs os 2 devido as vossas posições acho de muito mau gosto virem para aqui criticar desta forma."

Eu li os Cantinhos e, que estranho,nunca li um comentário seu a criticar os ataques violentíssimos que o seu líder fazia nalguns deles.

Eu lembro-me dum ataque pessoal repugnante que o Sr. Amado da Silva fez num desses Cantinhos, após ter vasculhado o percurso académico de alguém que não concordava totalmente com ele.

E, estranho, estranhíssimo, o senhor não fez nenhum comentário a criticar aquilo que foi um dos momentos mais miseráveis do confronto de "ideias". Ataque pessoal baíxissimo puro e simples. Nunca me esquecerei porque quem procede assim define-se a si próprio sem deixar margem para qualquer dúvidas.

Sendo assim, é óbvio que o senhor não tem qualquer autoridade moral para atacar quem critica o senhor que o lidera.

Saudações,
Pedro Saragoça Martins

Anónimo disse...

Qual foi a posição do CDUP?

Anónimo disse...

Miguel,

Como é que resolve o problema de ter cinco jogos ( três de internacionais de XV e dois de 7's), praticamente de seguida, em que o seu Clube terá que jogar com menos dez jogadores uns e menos uns três a cinco outros?

Tem muito boa prata em casa mas...contra estrangeiros experientes dos clubas da coligação directiva, vai ser muito difícil.


Não há fair-play que lhe chegue...

Ninguém menciona o CDUP. Estão, os do Porto, alheados destas questões? Para mais, têm uma Direcção nova.

Anónimo disse...

Nuno Almeida

Respeito tudo o que diz, mas está muito mal informado quando diz :
Carissimo JM Caupers,

houve reunião, para serem ouvidos os clubes, não para decidirem, isso sim foi o que prometeu o presidente, ouvir os clubes~e foi o que fez. Tal como metade dos clubes não estavam de acordo, a outra metade estava, logo em caso de igualdade o presidente fez o que tinha a fazer, manteve.


Nem perto de metade, senão vejamos : GDD, Tecnico, CDUL, Beleneses, Academica (só se começasse 2 semanas depois o que não aconteceu), Evora e Crav foram inequivocamente CONTRA e apenas Agronomia, Cascais ,SLB e Setubal foram a FAVOR. Ou seja CONTRA : 7 clubes a FAVOR :4.

Como v^, a maioria era clara e a decisão, embora dizendo que não concordava, do presidente da FPR foi que iria ser feito como a maioria dos clubes pretendia embora não fosse obrigado a faze-lo.

Insurgo-me sim é conytra a mudança de posição do presidente apõs a reinião com os clubes.

Resumindo :
» NÃO houve igualdae na quantidade de clubes a apoiar e contra
» NÃo houve coerencia na decisão tomada na reunião e na comunicada aos clubes na véspera do sorteio.

È isto que eu critico, nada mais.

Cumprimentos,
JMCaupers

Anónimo disse...

Caro Pedro Saragoça Martins,

Não sou muito a favor de um regime "presidencialista" da FPR, embora ache que, a seguir ao Dídio, qualquer coisa serve.

Em relação ao ataque pessoal a que se refere, penso que está a falar da pseudo-inscrição de dois jogadores para final da Taça de 2008 por parte da Agronomia. Na altura dizia-se que o Severino e o Duarte iam jogar a final depois de terem jogado em França desde o Mundial, o que não se veio a confirmar.

Esse boato foi alimentado na blogosfera e num jornal desportivo com o objectivo não de esclarecer, mas de denegrir um clube e um dirigente. A resposta do actual Presidente da FPR foi dura, mas justificou-se uma vez que a Agronomia sempre negou a intenção de utilizar os jogadores - não faço ideia se os regulamentos o permitiam ou não.

Um abraço

Anónimo disse...

Caríssimos todos
Muito mais que "tiros nos pés", erros de política ou faltas à verdade, ao contrário do governo da Nação, o governo da FPR não está a ser uma "navegação à vista" muito embora devesse e pudesse sê-lo, por razões que passo a enumerar: 1) a vitória eleitoral do candidato Amado da Silva foi conseguida pela margem mínima de votos - tudo apontaria para uma governação equilibrada entre os interesses dos clubes e o programa do Presidente; 2) A Assembleia Geral da FPR é quem tem, de facto, o poder de a qualquer momento suspender a linha de actuação da Direcção uma vez que se rege por pesos políticos diferentes; 3) Esta eleição está condicionada ao termo curto, obrigado pelos estatutos, até ao acerto do calendário dos cíclos dos mundiais IRB e 4) Com a perda da presença no Mundial 2011 e com a perda significativa da relevância de Portugal no conjunto dos países subsidiados pelas instâncias internacionais, a FPR volta a ter de ser gerida com parcos dinheiros públicos e com a esperada (como acto de fé) manutenção do Patrocinador Institucional.

São razões suficientes para que manifeste a minha surpresa por só agora aparecerem estas discórdias.

A mal ou bem, o Presidente tem conseguido impor o seu programa, quer nas alterações ao figurino das competições, mais recentemente, como já o tinha conseguido com as alterações (ainda que muito brandas) aos Regulamentos de Disciplina e Competições.

Parece-me pois de muito má-pratica política virem agora alguns clubes denunciar publicamente uma derrota que é inteiramente sua, arrastando um rol de gente mais excitada que vem logo pedir a cabeça de quem governa. Os clubes tinham e têm formas de não aprovar estas medidas, mas terão a força para o conseguir?

Um caso mais grave parece estar a suceder no interior da FPR e esse sim, poderá trazer graves repercussões ao rugby, já no futuro imediato: falo das desavenças entre Direcção e Conselho de Arbitragem, ingerência de uma nos assuntos do outro, corte nas verbas destinadas ao normal funcionamento da actividade dos árbitros, perda efectiva de independência de um órgão face a outro, incluíndo um conjunto de trapalhadas com algumas consequências negativas internacionais, isto tudo em vésperas de um ano em que perderemos o melhor árbitro em actividade das últimas décadas - Rohan Hoffmann - continuaremos sem o concurso do João Mourinha, que permanece em Espanha e em que o número de árbitros novos não vem compensar as saídas dos mais velhos ou dos que abandonam por desinteresse. Ora, sucede, que o problema da arbitragem não é um problema dos árbitros, antes um problema dos clubes que se juntaram numa Federação e que julgam que essa questão anda a ser bem gerida... E, se voltarmos à questão dos votos, não são os votos dos árbitros (6) que vão defender a política a seguir!!

Preparemo-nos todos, mas sejamos corajosos para o que aí vem.

Tiago Sousa e Silva

Anónimo disse...

Tiro no Pé?
Tiro nos clubes,Tiro em mais de 90% dos jogadores seniores,tiro no rugby de XV.
O actual Presidente da FPR,não passa de um jogador de poker,onde o bluff é lei.
Tem um aliado que só sabe manobrar na sombra...
Mas o verdadeiro responsavel por tudo isto é do DONO do rugby português,que pôe e dispõe,consoante os seus interesses.
JPB,pôs o dedo na ferida à bem pouco tempo.
O rugby de XV,vai ser mutilado,em detrimento do 7.
O futuro treinador do XV é exemplar.
O plano está em curso,e os ultimos fait diver sobre o aberrante calendario 2010/2011 e o futuro tomasiano modelo competitivo são peças do mesmo.
Tudo à medida do alfaiate que apenas pensa no smoking que deseja vestir.
O rugby português que se cuide,pois nem trapos vão restar..

Anónimo disse...

FPR continua em grande, agora até compactua com fraudes, então não é que para poder participar no Mundial universitário no Porto, já vem dizer que o Joe Gardner estuda no Ismai, na Maia.
Que vergonha

Anónimo disse...

Sei que não vau postar o meu comentário.
Desde que o Eng.Amado da Silva tomou posse que o seu blog passou a tecer opiniões sempre que existiram reuniões na Federação, criticando e com toda a legitimidade as decisões da FPR.
Tal como se disse neste blog (Sr.Caupers), o actual Presidente também o fazia e regularmente, só que quando houve as eleições ele estava lá para lutar pelo Rugby Nacional (independentemente do "clube"), não se limitou apenas a "mandar bitaites" e a ficar quieto. Largou o seu clube de há muitos anos para trabalhar para todos, sacrificou o bem dele em prol dos outros.
Com toda a admiração que tenho por si Miguel, gostava e espero que em 2011 tivesse uma equipa montada por si e quem sabe pelo SR.JMCaupers para melhor o nosso Rugby que precisa.

Anónimo disse...

é muito simples, na reunião com os clubes alguém perguntou se ia ser dada preferência ao xv ou oa rugby de 7 e foi dito que isso era uma questao que nao se punha que apresentariamos a melhore equipa em todos os jogos, todos sabemos que isso nao e possivel e claro que houve logo que acrescentar que a IRB ja tinha dito a portugal para porem de lado a ideia de srem bons em XV e em apostarem nos 7S, por isso ja se sabe mundias de XV e grandes resultados de Xv so por milagre agora é so 7s, porque será?

miguel rodrigues disse...

Da minha parte não tenho qualquer intenção de me candidatar a Presidente da FPR, tenho muito gosto em colaborar e ajudar conforme posso, existem pessoas muito mais habilitadas para exercerem esse cargo, incluíndo o Engº Carlos Amado da Silva, de quem posso discordar de alguma estratégia, mas que tem enorme capacidade.

Na minha modesta opinião tem ouvir verdadeiramente todos os clubes e reunir consensos para que a estratégia que quer implementar seja congregadora e não motivo de cisão profunda.

Quanto à questão levantada pelo Pedro Saragoça Martins, a mesma está esclarecida e ultrapassada, existindo uma relação cordial entre nós, o que não quer dizer que não critique as suas decisões quando não concordo com elas.

Abraço

Anónimo disse...

O sr. árbitro Tiago Sousa e Silva acha que na direcção da FPR está tudo bem, menos o facto de o Cabé se imiscuir nas competências do Conselho de Arbitragem? É por esta falta de visão e por este corporativismo do séc. XIX que nem o rugby português nem os seus árbitros valem nada. Infelizmente.

Anónimo disse...

foto artigo rugby " A Bola " dia 21/7 E cstume dizer que uma fotografia vale mais de mil palavras, mas hoje em dia e no rugby ha que acrescentar que tambem vale , e cada vez mais Tremendas Mentiras e Cabalas que vao secando o pouco que ha e apenas alimentando alguns (pouquissimos) profissionais que dele se alimentam sem resultados propalados depois da ida ao ultimo mundial e com tanto o que isso fez entrar na FPR Dai para ca foi o declive com campeonatos e equipas cada vez mais pobres (no geral) bem como uma nao melhoria das assistencias (sempre os mesmos )e assim se chegou ao nao apuramento para o mundial Agora infelicidade ? Mas no anterior apuramento nao houve felicidade?mas isso nao interessa , bem como as atrocidades cometidas com remocao de castigos ,alteracoes de calendarios a belo prazer etc apenas por um interesse particular que nao o do Rugby Nacional ,bem mais vasto "Secou-se" o XV ,sera que ALGUEM agora vai secar o que resta ? Talvez seja altura de comecar a "perder" para se vir a ganhar o futuro.Com as mesmas pessoas profissionais ha tantos anos instaladas tenho duvidas tanto mais quando nao servem a larga maioria mas interesses minoritarios e nao esclarecidos .O obscurantismo ja ca se instalou . Um abraco e ate breve