quarta-feira, novembro 24, 2010

Haja respeito, porra!


No rugby português há muita falta de respeito, há muita gente que percebe (ou julga que percebe) muito de rugby e que não sabem ver um jogo sem mostrarem toda a sua sabedoria.

Gritam para dentro de campo as faltas que acham que os árbitros deviam assinalar, os erros destes, provocam os jogadores adversários, etc. Quando as coisas não lhes correm de feição ofendem de todas as formas os árbitros, chegando a ameaçá-los fisicamente, transmitindo para dentro de campo toda uma exaltação perniciosa ao desempenho dos jogadores e dos árbitros, achando que desta forma conseguem influenciar o árbitro. Ás vezes conseguem, a maior parte das vezes não e outras vezes conseguem é que acabe tudo em grande confusão.

Esta postura é totalmente impensável em países com uma cultura de rugby digna desse nome, mas o mais grave é que os piores são quem devia dar o exemplo, são os treinadores e dirigentes! É uma postura lamentável, nem o seu amor ao clube justifica este tipo de comportamento, e depois admiramo-nos das atitudes que alguns jogadores têm durante os jogos.

Sinceramente, não percebo os árbitros, porque é que não expulsam estas personagens, dando os instrumentos necessários para que o Conselho de Disciplina possa actuar em conformidade. Têm medo? Ou é o nacional porreirismo a funcionar? Façam-se respeitar!

Meia dúzia de castigos exemplares e vão ver se a malta não se porta logo melhor, é um favor que fazem aos praticantes, aos espectadores, enfim ao Rugby.

Como adepto estou farto de ouvir esta malta a provocar, ofender e tentar influenciar as decisões dos árbitros, como dirigente sinto-me desiludido, como patrocinador começo a achar que o rugby em Portugal não tem nada a ver com Escola de Vida.

14 comentários:

Great_duke disse...

Grande post, Miguel! Subscrevo totalmente.

Tiago disse...

Miguel, estivemos lado a lado e vimos o mesmo....concordo plenamente. Uma vergonha...coisa que eu a quando jogador nem nos meus piores pensamentos me lembraria de fazer tal coisa.

Rui Pinto disse...

Nem mais! É exactamente isso!

miguel rodrigues disse...

Este era um post que já estava para escrever há algum tempo.

Não me estou a referir especificamente ao jogo de ontem que comparado com outros que já vi esta época, e em vários escalões, foi muito soft.

Nem interessa particularizar porque senão perde-se a objectividade.

Anónimo disse...

De longe quero corroborar tão sensatas palavras. Ou construimos rápidamente uma outra filosofia de ver o jogo, ou caminhamos rápidamente para uma situação terrivel que está a aniquilar uma série de modalidades, inclusivé a nivel de futebol na 3ª divisão e divisões distritais. refiro-me á necessidade de policia. Façam as contas e digam-se se, tirando 4 ou 5 clubes, haverá possiblidade de termos polícia nos campos.

pedro disse...

Miguel,

Acho que a sua visão está correctissima. Somos nós, gente do rugby, que estamos a dar o tiro nos pés.

Como diz, é urgente mudar mentalidades, e fazer aquilo que tentamos vender - que o rugby é muito mais que uma modalidade desportiva, é uma filosofia de visa-.

Pedro Monteiro

Anónimo disse...

Mensagem absolutamente clara.
Oxalá produza os necessários efeitos.
Merece todo o apoio.

Unknown disse...

Completamente de acordo com o que está escrito. O rugby está a transformar-se? A filosofia e a postura do Rugby deve ensinar-se desde as camadas mais jovens, pelos treinadores, pais, pelas organizações que ainda apostam na modalidade desde o inicio, mas para isso também terá que haver o devido acompanhamento da federação. Falando noutros jogos vejam o que se passa no campeonato sub 21 e porque não há sanções exemplares para aqueles que são sempre os mesmos a prevaricar.

RCV disse...

Muito bom Miguel Rodrigues!

Anónimo disse...

Grande post.
'E um bom começo para criar um movimento a n'ivel naçional, sobre o assunto...
(Jos'e Chorão)

Anónimo disse...

Parabéns ao Silveira por ser convocado para o jogo com o Canadá. A ver se consegue ter a merecida internacionalização.
Abraço,
Diogo Matos Chaves

Anónimo disse...

Este artigo retrata bem uma situação que (quase) toda a gente condena, mas insiste em ficar cada vez mais instalada.

Hoje, o “adepto tipo” que este artigo descreve, pretende essencialmente ver a sua equipa ganhar. Este principio seria totalmente compreensível se a euforia e a ausência de sentido critico geradas pela vitória, não fossem substituídas pela falta de respeito e por um sentido critico desajustado (por vezes ridículo) quando as coisas não correm bem.

Na maioria das situações os adeptos com este tipo de comportamento revelam entender pouco do que dizem e, menos ainda, de Rugby.

Para mudar, há que reconhecer e aceitar que a situação que vivemos actualmente coloca em causa aquilo de bom que diferencia o Rugby de outros desportos.

Anónimo disse...

De facto, o autor já coloca o "entender de rgby" entre parentesis certamente a pensar nisso...quem assume o tipo de postura que este post critica e bem, pode perceber de tudo...menos de rugby! Rugby não é só um jogo, é uma mentalidade e uma maneira de ver as coisas. Aquilo que desde sempre norteou o rugby traduz-se numa simples mas fundamental palavra: EDUCAÇÃO. Senhores (e senhoras) sem categoria queassistem a jogos desta nobre modalidade, por favor, vejam uns jogos dos "mares do sul" e aprendam qq coisa - dá gosto ouvir e ver aquela gente a puxar pelos seus ao invés de enxovalhar os adversários.
Bem haja ao autor.
Pedro Alves - treinador sub14(GRUFC)

Anónimo disse...

em relação ao post " haja respeito" do blog do cdul, hoje mesmo tivemos mais uma resposta ao assunto. basta ver no boletim da fpr as decisões disciplinares. uma piada. não é assim de certeza que vai haver respeito pela modalidade. os dirigentes da fpr continuam a dar tiros nos pés e os clubes nada dizem, pois o lema é: "amanhã pode ser a mim...."
para quando o fim das quintinhas e pensar mais no rugby em termos nacionais.