quarta-feira, outubro 07, 2009

Troca de galhardetes - Affaire ARS



No dia a seguir à publicação da notícia sobre o Affaire ARS/FPR fui contactado por algumas pessoas sugerindo que devia ter ouvido a versão da FPR, bem mandado como sou assim o fiz, a resposta veio hoje em forma de comunicado. Ainda estava a pensar a maneira de apresentar essa resposta quando recebo a contra resposta da ARS.

Como já entrámos no diz que diz, o melhor, para não ser acusado de tendenciosismo, é publicar na íntegra os textos, apesar de no meu caso tal ser dificil, pois sou, era, ou vou deixar de ser membro do Conselho Fiscal da ARS e por outro lado é conhecido o apoio do CDUL à actual Direcção da FPR.

Como sou muito ingénuo, acho é que eles podiam e deviam entender-se e acabar com esta polémica, assim como acho que devia haver uma lista única candidata à FPR, algumas pessoas podiam perder algo, mas o rugby ficava de certeza a ganhar.

Assunto: Associação de Rugby do Sul (ARS)

Por mail dirigido directamente à Direcção, da FPR, tomámos conhecimento da intenção de demissão do Presidente da Direcção da (ARS). Desconhecendo qualquer outra tomada de posição pública, a não ser através dos meios de comunicação social, é ao teor daquele que nos passamos a referir:

1 - A direcção da FPR lamenta sinceramente esta tomada de posição extrema, que objectivamente não contribui para a normalidade e tranquilidade da actividade dos que se empenham no desenvolvimento do rugby nacional. É o caso da ARS, que ao longo dos últimos anos foi sempre uma referência unânime de uma entidade exemplar pelo seu trabalho empenhado, autónomo e discreto, pela sua organização, projecto e extraordinários resultados no crescimento do rugby juvenil.

2 - Uma inesperada decisão que obrigou à mudança de sede, criou um conjunto de sérias dificuldades à nova Direcção da ARS, que foram sendo acompanhadas pela FPR, e objecto de várias conversações.
Várias propostas foram feitas pelo presidente da ARS, todas com natureza de exigências imperativas, intransigências e ultimatos que, em seu entender, deviam todas obter resposta positiva e solução imediatas da parte da FPR.

3 - Não questionando nem qualificando as opções e métodos de gestão da nova Direcção da ARS, a FPR trabalhou serenamente um conjunto de respostas excepcionais para responder a uma situação excepcional, já que todas as outras associações regionais resolveram por si a situação das suas sedes, sem qualquer apoio.
Assim, para um orçamento de obras que ultrapassou largamente o inicialmente estimado, a FPR decidiu contribuir excepcionalmente com 10.000€, salientando que dificuldades de tesouraria obrigavam a que metade desta verba apenas pudesse ser paga em Outubro 2009.
Mais decidiu aumentar em 10%, com efeitos a Setembro, o duodécimo para 5500€. Com a nomeação do Prof. Henrique Garcia para Director de Desenvolvimento, assumiu também os respectivos encargos desde Setembro, embora o mesmo mantenha até Janeiro, data de nomeação de novo Director Regional, o mesmo apoio à ARS.
Quanto à viatura de trabalho, que talvez pudesse ou devesse ser adquirida pelos próprios meios da ARS, só algum irrealismo poderia fazer crer a disponibilidade financeira da FPR para a sua aquisição imediata. Mesmo assim, lamenta-se que não seja referido o patrocínio entretanto negociado pela FPR, que obteve da Europcar a disponibilização, exclusivamente para a ARS, de 120 (!) dias anuais de aluguer gratuito de um veículo.

4 - No imediato, e face às disponibilidades e compromissos gerais da FPR, foi este o contributo possível admitido pela Direcção para apoio à solução decidida pela ARS.

A Direcção da FPR espera que estes esclarecimentos contribuam para repor a estabilidade anterior que sempre caracterizou a vida da ARS, continuando disponível para evitar pelo diálogo sensato situações de protagonismo e polémicas públicas que objectivamente servem para dividir e fragilizar o empenho solidário de todos no desenvolvimento do rugby nacional.

A Direcção da Federação Portuguesa de Rugby
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Assunto: Esclarecimentos ao comunicado da FPR sobre a demissão da Direcção da ARS.
Lisboa, 6 de Outubro de 2009
Na sequencia do comunicado da FPR sobre a demissão da Direcção da ARS, vem esta Direcção demissionária esclarecer e repor a verdade sobre alguns pontos referidos nesse comunicado que estão errados e colocam em causa a idoneidade e seriedade desta Direcção, bem como dos seus dirigentes voluntários:
1. A Direcção da FPR soube da demissão da Direcção da ARS, antes dos seus associados e clubes, em email enviado ao Presidente e ao Director Geral da FPR no dia 29 de Setembro. Aliás, era do conhecimento da Direcção da FPR que na falta de acordo para os assuntos prementes da ARS, esta Direcção iria demitir-se por falta de condições para proseguir com os objectivos propostos para a ARS.
2. A Direcção da FPR, na sua última proposta oficial dirigida à ARS (em email enviado à ARS), propôs apenas 5.000€ e não os 10.000€ (5.000€ em Setembro e 5.000€ Outubro por falta de liquidez temporária) como agora vem referir no seu comunicado. A proposta dos 10.000€ repartidos em duas ou três tranches, foi feita pela ARS (em email enviado a 17 de Setembro) e que ficou sem resposta até à data.
3. A viatura que esta Direcção reclama, vem na sequência da saída do Director Técnico Regional, Prof. Henrique Garcia, para a FPR levando consigo a viatura que estava ao serviço da ARS. A proposta desta Direcção à FPR (em email enviado a 17 de Setembro) foi no sentido da garantia por parte da FPR de haver uma viatura substituta para esta a partir de Janeiro e não no imediato como é referido no comunicado da FPR. Até à data não há qualquer resposta oficial a este legítimo pedido.
4. A comparação da situação da sede social com as restantes Associações Regionais é um argumento despropositado como a Direcção da FPR o sabe e que já foi debatido com a ARS: cada uma destas Associações tem necessidades, tamanhos, orçamentos e verbas disponíveis diferentes. A título de exemplo, a ARN não funcionava há 2 anos atrás e a FPR (e bem) colocou um Director Técnico Regional no Porto, com uma viatura e com uma verba de 2.500€ mensais, que para uma Associação que começou a sua actividade do zero, não teve qualquer dificuldade (com a verba disponível) em encontrar um espaço, numa zona do país com uma oferta de espaços bastante mais acessível para uma necessidade muito mais reduzida. A antiga sede da ARS era um espaço cedido pela FPR (via IDP) há vários anos e que por isso o seu orçamento e
actividade baseava-se no pressuposto da existência desta, daí que o despejo inesperado da mesma requereria medidas extraordinárias que a ARS naturalmente não tem capacidade de resposta e que Direcção da FPR não concretizou a todos os níveis: pressão junto do IDP, inserção no Orçamento Rectificativo (apesar da promessa feita em Assembleia Geral), soluções alternativas ou dialogo com a Direcção da ARS (que apesar de solicitado por diversas vezes, não houve sequer disponibilidade por parte da Direcção da FPR para uma reunião sobre este assunto urgente com a ARS).
5. Ao contrario do que foi transmitido no comunicado, a actual Direcção da FPR, nunca se mostrou disponível nem tão pouco pró-activa na procura de uma resolução para este problema premente da ARS e do Rugby nacional (à excepção, como já referido, de conversas informais com o actual Director Geral, que sem poder de decisão, não resultaram em qualquer solução prática). Pelo contrario, a Direcção da
FPR manteve-se sempre em silencio, não respondendo às diversas cartas e emails enviados pela ARS e das poucas vezes que o fez, foi sempre sob pressão (feita pelos Presidentes das Mesas da FPR e ARS) e de forma contraditória, com argumentos despropositados e que foram variando à medida que o tempo foi passando. Aliás, este comportamento “desnorteado” foi uma constante ao longo de todo este processo, que não merece aqui a pena esmiuçar sob pena de se tornar um debate pouco dignificante para o Rugby e seus agentes.
Apesar da nova variável que a Direcção da FPR veio introduzir, de forma subtil, no seu comunicado, de que reconsidera a proposta da ARS para apoio às obras da sua sede social no valor de 10.000€ (ao invés dos 5.000€) para esta conseguir fazer honrar os seus compromissos no curto prazo e que é de louvar caso seja cumprido, informamos que esta Direcção mantém a sua demissão, uma vez que a questão da viatura da ARS continua sem qualquer resposta e que a falta de confiança na actual Direcção da FPR, na sequência de todo este processo, irá permanecer enquanto esta se mantiver em funções. Situação esta que prejudicaria o bom entendimento e funcionamento necessários entre estas duas organizações.
Como já referido acima, esta carta serve para repor a verdade e esclarecer os Associados e Clubes da ARS sobre a demissão desta Direcção. Todavia o prolongamento da discussão sobre todo este processo em nada dignificará o Rugby, daí que este será o último esclarecimento sobre a demissão desta Direcção e qualquer outro esclarecimento será dado em Assembleia Geral da ARS ou da FPR se assim os Associados/Clubes o entenderem – como dirigentes demissionários estaremos disponíveis para tal.
P´la Direcção demissionária,
Artur Lourenço De La Peña

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