CAMPEONATO NACIONAL DE JUNIORES

Este vai ser provavelmente um dos campeonatos de Juniores mais equilibrados e disputados dos últimos anos, apesar do Técnico, um dos habituais candidatos já não estar na 2ª fase.

Na generalidade os plantéis são curtos, entre 22 a 26 juniores, mais 6 a 9 seniores de 1º ano. O Belenenses (o Rui Vasco que me corrija sff) e a Lousã têm os plantéis mais pequenos com 17 juniores e 6 seniores de 1º ano. Este facto, se houver lesões em jogadores chave, irá contribuir para que ocorram por vezes resultados que possam ser considerados surpreendentes.

Fazendo uma breve análise às equipas que participam na 2ª fase e aos vários jogos oficiais e particulares que já se realizaram, verifica-se que já não há nenhuma equipa invicta:

Belenenses, é talvez a equipa em melhor forma, mas este ano já foi derrotada pelo Direito. Na 2ª fase já obteve 2 vitórias e está em 1º lugar.

Agronomia, equipa com fortes avançados, já é uma tradição para os lados da Tapada, já ganharam ao Direito e ao CDUL (particular). Tem 1 vitória e 1 derrota na 2ª fase.

Direito, é o plantel mais jovem (16 juniores de 1º ano) mas com a vantagem de ter subido um grupo grande dos juvenis, que no ano passado eram, na minha opinião, a equipa que jogava melhor naquele escalão. Já ganharam ao Belenenses e ao CDUL (particular). Têm 1 vitória e 1 derrota na 2ª fase.

CDUP, forte e aguerrida equipa com muitos jogadores que foram campeões nacionais juvenis no ano passado. Já derrotaram o CDUL em 2 jogos oficiais e eram a única equipa invicta até sábado mas foram derrotados em Coimbra. Tem 1 vitória e 1 derrota na 2ª fase.

Académica, não esteve muito bem na 1ª fase, derrotou o CDUP no sábado passado e tem 2 vitórias nesta 2ª fase.

Cascais, tem surpreendido a sua evolução, perdeu os 2 primeiros jogos na 2ª fase somente no período final dos mesmos, poderá vir a ser uma das surpresas do campeonato se continuar a evoluir.

Lousã, sem desprimor para esta equipa, parece-me ser a equipa mais fraca. Registou também uma boa evolução mas tem um plantel muito pequeno. Tem 2 derrotas na 2ª fase, mas na Lousã não vai ser fácil passar.

CDUL, abandonaram o rugby vários jogadores influentes (Robles, Marques Pinto, Kika e Snowzinho) que dariam mais soluções ao plantel. É uma equipa nova, com muitos jogadores novos que está em construção, com novos treinadores, Sássá e Diogo Matos Chaves, e novos métodos. Já perdeu 2 jogos particulares (Direito e Agronomia) e 2 jogos oficiais contra o CDUP. É um grupo pequeno mas muito unido, com muita atitude, e que vai bater-se para conquistar o campeonato nacional, que no ano passado foi perdido ingloriamente (mérito do Belenenses) depois de uma época fabulosa. Tem 1 vitória e 1 derrota na 2ª fase.

A 2ª fase do Campeonato Nacional de Juniores não é decisiva mas muito importante, pois a sua ordenação final vai definir quem joga contra quem na fase seguinte, em que os jogos são a eliminar. 1º classificado contra 8º, 2º contra 7º, 3º contra 6º e 4º contra 5º, depois o vencedor do 1º jogo contra o vencedor do 4º jogo e o vencedor do 2º contra o vencedor do 3º jogo, os vencedores jogam a final.

Os jogos realizam-se sempre em casa das equipas que ficaram melhor classificadas na fase anterior. A final será disputada em local a designar pela FPR.

Por ser muito importante pelas deSpesas que acarretam aos clubes e pelo tempo que fazem "perder" aos jogadores, apresento um resumo das deslocações que as equipas fizeram e vão fazer até ao final da 2ª fase, e onde se podem constatar existirem desequilibrios muito grandes:

CDUP, foi à Lousã (120) e a Lisboa duas vezes (630), foi a Coimbra (120) e vem a Lisboa mais duas vezes (630) total 1500 x 2 = 3000 km
Académica foi ao Porto (120), foi a Lisboa (195), foi à Lousã (?), e vem a Lisboa 3 vezes (585) total 1000 x 2 = 2.000 km
Direito foi a Évora (150), Elvas (240) e Setúbal (50), vai à Lousã (200) e a Coimbra (195), total 835 x 2 = 1.670 km
CDUL foi ao Porto (315), vai à Lousã (200), foi a Coimbra (195), total 710 x 2 = 1.420 km
Agronomia foi a Elvas (240), foi a Évora (150), vai ao Porto (315), total 705 x 2 = 1.410 km
Belenenses foi a Évora (150), foi a Elvas (240) e vai ao Porto (315), total 705 x 2 = 1.410 km
Cascais foi a Elvas (240), vai a Coimbra (195) e à Lousã (200), total 635 x 2 = 1.270 km
Lousã foi a Coimbra e veio a Lisboa (200), vai ao Porto (120) e vem novamente a Lisboa (200), total 520 x 2 = 1.040 km

As viagens entre Lisboa e Cascais não foram contabilizadas, nem entre Coimbra e a Lousã, por serem distâncias pequenas que não implicam aluguer de camionetas.

Sobre esta questão foi apresentada uma proposta de reestruturação do modelo competitivo deste escalão, que tentava diminuir um pouco estes aspectos negativos e para a qual peço de novo o contributo, para ver se é possível chegar a um entendimento que seja favorável a todos.

Razões para apresentação da proposta:
• O desnível das equipas participantes.
• Potencial desistência de jogadores, desmotivados por derrotas pesadas, que poderiam “aparecer” mais tarde se tiverem espaço e tempo para crescerem.
• Viagens longas que ocupam muito tempo aos jovens que nestas idades começam a ter programas sociais fortes e responsabilidades académicas e profissionais.• Despesas pesadas de transportes que penalizam excessivamente os clubes.
PROPOSTA 1ª Fase - 3 Campeonatos Regionais, a uma ou duas mãos conforme disponibilidade do calendário:
• Norte e Centro (CDUP, Académica, Lousã, Santarém, Caldas, Bairrada, …);
• Lisboa (CDUL, Belenenses, Direito, Agronomia, Técnico, Cascais, Belas, Benfica, …) e
• Alentejo e Sul (Vitória, Évora, Elvas, Montemor, Vilamoura XV, …).
2º fase - Para o Campeonato Nacional apuram-se as melhores equipas de cada região, tendo em consideração a dimensão dos clubes e os seus palmarés nos últimos anos (a FPR deve elaborar um ranking):
• A região Norte e Centro apura directamente 2 equipas e uma terceira jogaria um play-off.
• A região de Lisboa apura directamente 4 equipas e 2 jogariam um play-off.
• A região Alentejo e Sul apura 1 equipa directamente e outra jogaria um play-off.
As 4 equipas apuradas para o play-off jogavam entre si num único dia e no mesmo local e apuravam o oitavo participante no Campeonato Nacional.
• Campeonato Nacional I Divisão, com 8 equipas a jogarem entre si, a duas mãos, no final a equipa mais pontuada sagra-se campeão nacional, ou a uma mão e depois segue-se o modelo actual, a eliminar e tendo em consideração a classificação obtida na fase anterior.
• Campeonato Nacional II Divisão, com as restantes equipas que podem voltar a ser divididos em 2 grupos (seguindo um critério geográfico), a uma ou duas mãos conforme o calendário e tendo em consideração o orçamento dos clubes. Os 2 primeiros de cada grupo jogariam entre si, a eliminar ou todos contra todos em várias jornadas ou num só dia.
Caso existam equipas B, estas têm de ser inscritas como clubes autónomos, só podendo haver transferência de jogadores no final do Campeonato Regional e antes de começar o Campeonato Nacional.