Xuxa: Nem queiras saber…
F: Pensei que estivesse relacionado com os mails didácticos que costumas enviarrrrr ao pessoal. Como é que um camponês como tu veio parrrrarrrr ao CDUL? Conta lá a tua histórrrria pessoal, os teus clubes, etc...
X: Pode ter sido qualquer coisa relacionada com isso. Como sou de Santarém, comecei a jogar no R.C. Santarém quando era iniciado de 1º ano, como não havia equipa de iniciados tinha que jogar nos juvenis, no 2º ano de iniciado continuava a não existir equipa e joguei novamente nos juvenis e ainda fiz um jogo pelos Seniores. No meu 1º ano de Juvenis o R.C.S. deixou de ter camadas jovens e por isso não joguei, como passava ferias em S Martinho conhecia muita gente que jogava cá em Lisboa e nesse ano cheguei a vir treinar uma vez à Agronomia, através de uns amigos que jogavam lá, mas era difícil ir lá treinar porque os campos eram longíssimo e tinha que vir de Santarém para treinar.
X: No 2º ano de Juvenis dá-se a minha vinda para o CDUL, através do António Palha (que na altura jogava cá), do Vasco Thomaz e do Pedro Megre, que os conhecia de S Martinho. Tinha como equipa técnica Paulo Murinello e Luís “Sassi” Neves. Inicialmente como ainda estudava em Santarém, só vinha treinar ao CDUL uma vez por semana, normalmente ia e vinha de comboio, às vezes ia no mesmo dia outras ficava cá em casa de familiares. No 1º ano de Seniores vim para Lisboa estudar, entrei cá em Eng.ª Química na U.Nova e por isso fiquei cá a morar e ai comecei a treinar mais vezes. No meu primeiro ano de Júnior, os Seniores do CDUL estavam na última divisão; além de ter jogado nos juniores, também fiz uns jogos pelos seniores e nesse ano subimos. Era uma equipa muito nova, o Sássa era conhecido como o velho, apenas por ser o mais velho da equipa e tinha na altura aí 25 anos. Nesse ano jogavam alguns juniores na equipa sénior, os cativos eram o Vasco Fernandes Thomaz, o Megre e o Duarte “peixe balão” Figueiredo (ao tempo atleta e jogava jogos completos) e depois havia uns, como era o meu caso, que jogavam nos Juniores e quando era necessário iam aos Seniores. Foi nesse ano que alguns jogadores mais velhos passaram a ser o “farol” (expressão roubada ao discurso do Sassi) para muitos jogadores que viriam a seguir tal como eu, sendo de salientar Diogo “Eskimel” Chaves (que jogava a ¾, mas tal como o B.M.P. dizia as pernas não acompanharam a cabeça, as pernas não acompanhavam o que a cabeça pensava. Quem diria que hoje em dia já seria Chefe de família…), Luís “Sassi” Neves (que anos mais tarde viria a ser conhecido como o Sr tortuga), Manolo “Anaconda” S.Ribeiro (desde sempre um Sr dentro das 4 linhas…), Pedro “Rocky ” Castro (que já na altura o seu segredo de controlar bolas com os pés eram os joanetes e que mais tarde vingou como pugilista, no mundo da blogosfera), o teu irmão gémeo Paco Lavradioca (conhecido como o pai do lifting em Portugal, para quem não sabe foi ele que o trouxe de Inglaterra), Salvador ”Velho” Amaral (que já na altura se dizia que estava a entrar na andropausa, mas que depois do boato já se apresenta com 2 descendentes, por isso, espero eu, não tinha entrado), Gonçalo “Peidas” Faria (Era assim como a Pamela Anderson do rugby português, por causa das suas mamas), etc.
No meu 2º ano de Júnior a coisa foi mais do mesmo. Nos Seniores, mantivemo-nos na 1ª divisão grupo B (que hoje em dia é a I Divisão), não conseguimos subir, perdemos apenas com o CDUP (que subiu). Nessa altura havia poucos jogadores, quer nos seniores quer nos juniores e no mesmo fim-de-semana, cheguei a jogar pelos Seniores no porto ao sábado e no domingo em Évora pelos Juniores.
Quanto a palmares, apenas ganhei 2 Taças de Portugal em júnior.
X: Fui internacional juvenil, júnior e sub 20. Desde que cheguei ao CDUL (no 2º ano de juvenil) até ser Sénior de 1º ano fiz sempre parte da selecção
F: Tu és pilarrrrr, que é uma das posições com mais histórrrias para contarrrr. Qual a melée mais difícil de defrrrrontarrrr no campeonato nacional?
X: A melée do CDUP (com Xixa, Argentino, Marcelo, Fontes e Sarmento) é a mais forte e a que nos criou mais dificuldade esta época.
F: E em jogos interrrrnacionais, tiveste algum jogo em que te tenham feito a espinha em papa cerrrelac?
X: Quando era juvenil contra Gales. Como no nosso campeonato nem era permitido um engage com força, não sabíamos e na 1ª melée que fizemos, eu e o Xlumby ficamos deitados de costas.
F: Quem é que te ensinou a formarrrr? E não me respondas Madame Lola.
X: Apesar dessa Sra. ter muito para ensinar, não foi ela. Penso que o formar se vai aprendendo quer com a experiência, quer com o pessoal mais velho, que ajudava e ajuda sempre, como foi o caso do teu irmão Gémeo Lavradioca.
X: O Sindicato 5 da frente nasceu da coligação do sindicato da primeira linha com um grupo que desde sempre nos apoiou e que também era explorado e comandado pelo grande líder revolucionário Manolo Ché Anaconda. Este sindicato tem como objectivo a defesa dos interesses de todos aqueles que combatem no 5 da frente, mas após coligação e devido a alguns problemas anteriores, os talonadores foram excluídos, estando em estudo a hipótese do nº8 entrar para o lugar que vagou, mas isso logo se verá.
Somos liderados pelo Sr. Eng.º Manolo Che Sommer, que me tem como seu braço direito. Faz parte também o Eng. Renater, como vogal e outros tantos se têm vindo a sindicalizar mas que têm pedido anonimato, para que na altura certa ataquem em prol da causa.
Este sindicato/movimento, nasce em defesa dos que mais trabalham e, menos protagonismo têm, ou seja o 5 da frente. Ora veja-se, os ¾ largam bolas para a frente, quem é que tem de fazer melées? Eles não, como é óbvio, calha ao 5 da frente. Eles chutam a bola para fora, de propósito, quem tem que ganhar a bolas? Eles não, como é obvio, o mais alto tem ai 1.50m, lá estamos nós a saltar e a levantar. Rucks? Quem os limpa? Eles fazem alergia a isso, lá estamos nós. Entre muitas outras coisas, dai ter nascido Algo que defendesse os mais oprimidos. Os ¾ têm que perceber também que se somos assim “para o forte” deve-se ao facto de trabalhamos mais para termos este terapio e ser necessário assim ser. Só não temos mais protagonismo porque somos pessoas humildes e solidárias e que nos envolvemos profundamente no jogo e depois não estamos disponíveis para sermos os finalizadores, porque trabalhamos para outros o serem. Desde a nossa formação já houve greves, pacificas é claro, e temos tido bastante sucesso quando fazemos as ameaças de greve, e pior do que isso ameaça de baixa. Isso é q deixa o patronato (treinadores) em fúria e cedem facilmente. Já conseguimos que o nosso líder ocupasse uma cadeira nas reuniões com a direcção e treinadores de modo a defender os nossos interesses. Já estamos a rever algumas coisas que têm que mudar no próximo ano, tal como conseguimos mudar esta temporada. De ano para ano tem vindo a decrescer o uso de varas nos treinos e isto deve-se em grande parte ao sindicato. Em tempo oportuno comunicaremos as nossas reivindicações, o nosso Carvalho da Silva (Manolo Ché) está em trabalhos com o patronato para que em breve se concretize isso e depois o nosso vogal pronunciar-se-á.
X: Tal como tinha dito anteriormente o Sr. Xlumby desde cedo nos decepcionou, ainda na tenra idade e no escalão júnior, conseguiu ficar com a alcunha do Moulinex (como aquele aparelho 1,2,3, que faz o “trabalho” rápido), mais tarde surge outra que era o cognome Duarte da Apolo, tivemos que o excluir e muito má reputação causou a este grupo de elite, ainda há uns anos estive no Chile e disseram logo “-Los portugueses acá son conocidos como los Moulinex”. Claro que tratei de remediar a situação o melhor que consegui e muito humildemente agora somos conhecidos novamente como os Portugueses das grandes conquistas, então quando viram que eu era Magalhães como o que cruzou o estreito mais ao fundo do continente, viram logo que tudo não tinha passado de um mal entendido.
Na altura da expulsão, não havia mais talonadores de raiz, havia só o Diogo Eskimel, que muito fez para entrar para o sindicato da 1ª linha, mas após a fusão e o nascimento do Sindicato 5 da frente, tivemos que o excluir por ser o chamado “gajo do reviralho”. Tem um percurso algo duvidoso, muda assim de ideais, vem dos ¾ e logo para a 1ª linha. Com isto da expulsão dos talonadores tivemos um problema o Gonçalo “Pinipom” Paiva que é um verdadeiro talonador, mas penso que terá de se sindicalizar como pilar, está em estudo... em breve o vogal do sindicato tratara de comunicar.
X: Houve vários, mas os que mais me marcaram foram sem duvida os treinadores, ainda por cima, tive vários treinadores (uma vez que o CDUL tem como regra 2 equipas técnicas/ano) penso que são eles os responsáveis na formação das pessoas quer como Homens, quer como jogadores. De salientar o Paulo Murinello que foi sempre o meu treinador desde os Juvenis aos Seniores, o Arq. J.P.Bessa, que foi o mentor da nova geração CDUL, foi ele que começou a construir as bases da equipa sénior que temos hoje, mudando a mentalidade dos jogadores e apostando em muitos jogadores mais novos que foram e têm sido muito importantes para o CDUL, o B.Marques Pinto que agarrou um CDUL que tinha subido à divisão de honra e que apresentava um grande desnível em relação às outras equipas, foi ele que começou a transformar em Homens muitos jogadores e a terem uma mentalidade ganhadora, basicamente todos os treinadores foram importantes, mas estes 2 últimos foram os que mais me marcaram, porque foram, são e serão grandes lideres e grandes Homens, sem duvida um exemplo a seguir.
X: Isso depende do calendário, se for como o ano passado que no início da época tivemos uma pseudo taça, que na fase de grupos não passou de brincadeira (grupos de 4 equipas, em que 2 desistiam no inicio, estando por isso apurados automaticamente as outras 2), não vale a pena, temos tempo suficiente para preparar a época. Agora se a FPR entender e nos presentear com uma competição digna de se chamar taça e outra campeonato bem estruturada e pensada, com um calendário organizado, penso que o estagio de pre-epoca é muito importante de modo a preparar o melhor possível a nova época, devendo esse estagio ser também bem pensado de modo a tirarmos o máximo partido dele, uma vez que é das poucas vezes que temos a equipa reunida durante cerca de 2/3 dias, e aí, temos a oportunidade de fazer movimentações, jogadas, etc e não fazermos 80% do tempo treino físico. (Tavinho não é uma critica ao teu trabalho, porque tu tens sabido gerir e preparar os treinos e estágios)
X: Penso que não falta nada, temos tudo para o conseguir. Fiquei a acreditar no CDUL que vi na tapada na ½ final, encaramos o jogo como uma final e jogamos como se não houvesse amanhã. Apenas nos faltou o factor sorte, nessa altura tivemos muitos jogadores tocados, fomos para lá com o Andrew coxo, o Tiagão (Triple-H) com uma rotura muscular e o Cap. Peixe Balão, nessa semana, conseguiu fazer um entorse a sair do carro (e ainda queriam que ele fizesse parte do sindicato...), mesmo assim e por termos um grupo de trabalho excelente, além de nos divertirmos, fizemos um bom jogo. Mas perdemos e isso nunca é bom.
X: Apenas tenho cuidado com a alimentação nos dias que antecedem os jogos (principalmente evitar álcool) e depois é manter os horários normais. Como durmo pouco, acordo sempre cedo no dia do jogo, tomo banho (sou um pilar da nova geração) e sou capaz de ir dar uma volta para andar um bocado. Desde que acordo até à hora do jogo tento comer alimentos leves (de fácil digestão e muitos carbohidratos) e hidratar-me bem.
X: É um ambiente giro, e tu Pajó Farróca és um dos responsáveis por isso. Falando de personagens, devemos ser o clube com mais, começamos por ti (o verdadeiro personagem, cantas e encantas), Tavinho (o “perdoador”, tem tara por varas), Zé Lagosta (um gajo estranhíssimo), Nunits (anda sempre com algodão na boca, tenta dizer piadas, mas não se percebe o que ele diz), Nasalisis (o Sr. Stress), Miranda (verão e Inverno treina de colete), Zelim (só vê super 14 à frente), Rodrilhões (tem pavor de se equipar à tua frente), Tito (o Braveheart, para ele a bola só atrapalha), Tomas Gayró (como é possível ser treinador dos miúdos, ensina-os a fazer o quê? Avants?) o Lourenço dos 2 nomes e o Fredoncio (nunca se despenteiam) e para últimos deixo Lourenço Mantorras (como é possível ter convidado um taxista para tomar o pequeno almoço em casa as 8h da manhã e que ainda lhe bate, e pior, como é possível ter ido ao Brasil e… ah essa não se pode contar aqui) e Gonçalo Macacão Foro (Há quem diga que é o Zé do Melão, um badurzo com piada apesar de gozar um bocadinho contigo Faróca).
X: Este ano havia vários candidatos ao prémio revelação, uma delas era o Fonfon, dai ser bem entregue. É um grande jogador, mas tem algumas oscilações, tem alturas em que anda contente, mas cansado, outras anda tristonho, mas muito viril, a curiosidade é que essa altura do tristonho e viril é quando o Tiagão vem dos trabalhos da selecção. O sindicato também está a equacionar a hipótese de Tiagão passar mais tempo na selecção para que o sindicalista Fonfon faça um trabalho constante e útil em prol da família CDUL. Parabéns pelo prémio e obrigado por o teres dedicado ao Sindicato.
X: Mais uma vez o sindicato mostra a sua força e diga-se de passagem que o sindicato era merecedor de tal prémio, pelo trabalho que temos vindo a fazer ao longo dos tempos, logo no primeiro ano de existência arrebatámos 2 prémios (revelação e dedicação), é sinal que estamos bem lançados. Já Fonfon está a competir por outro grande troféu (uma verdadeira Taça das Taças), que é o de mais álcool ingerido numa época desportiva, mas tem andado renhido porque o viril, de 1.50m Fredoncio não lhe tem dado descanso. Há quem diga que um dos segredos de Fredoncio é o penteado e que mete jola (de preferência mini preta) no cabelo para estar sempre penteado. Consta também que este jovem promissor do mundo da desgraça (Fredoncio), já fez a sua pre-inscrição na lista de receptores, para uma isca nova (algo que pode ser visto como uma dopagem), porque o próprio diz no verão é que vai ser... estaremos cá para ver e Fonfon tens o apoio do sindicato!!!
X: Esta época, apesar de não ter ganho nada, obtive o melhor resultado enquanto sénior. Tivemos jogos como nunca tinha tido nos seniores, com muita gente a ver com uma grande organização por trás de tudo isto. Penso que naquele jogo contra a Agronomia no EUL, em que estava imensa gente a ver, apenas conseguimos dar a volta com a ajuda do público, porque a certa altura, o jogo parecia resolvido e o público da tapada não se calava e só se ouvia Agro..., mas de repente o lado do CDUL começa a puxar pela equipa e aí tornámos a acreditar até que só se ouvia.. “E ninguém para o CDUL”... e fomos arrancar uma vitória inesperada. Daí dar os parabéns a todos aqueles que nos têm vindo apoiar e dar as boas vindas de novo a muitas pessoas que em tempos estiveram ligadas ao CDUL e que este ano tornaram a aparecer, o publico é um factor extremamente importante nos jogos.
Tenho mau perder, o perder é muito mau, mas pior do que isso é sair do jogo e pensar que não dei tudo, ai ainda fico pior. Os jogos que mais me custam perder são aqueles que tenho plena consciência que consigo ganhar, mas que no fim isso não acontece. Este ano o que mais me custou perder foi sem duvida a ½ final contra a Agronomia, porque era uma final, mas sai tranquilo porque interiormente sei que dei tudo (apenas peço que nos minutos seguintes ao fim do jogo não digam outra vez “para o ano há mais...”, porque é nessa altura (que eu pelo menos) estou mais ressentido com a derrota e a pensar que foi mais um ano sem ganhar. Também não percebi como perdemos com o Cascais em casa, mas pronto passamos na mesma à final four.
X: Apenas dar os parabéns a todos os que fizeram parte deste grupo de trabalho, principalmente aos jogadores que jogaram menos, mas que foram tão ou mais importantes dos que os que jogaram e ao Pai Granger que apesar de dar pouco nas vistas, foi dos que fez muito pela equipa toda, espero que não abandone o grupo.
Já agora que historia era aquela do cocó que estavas a ter com o Sassi???